Quem são vocês?
Quem são vocês que pensam que podem implantar dúvidas na minha morte? Já não bastam as minhas próprias, que eu trouxe e que crio?
Eu não indago a vida, a vida é tudo o que eu sei. Falar sobre ela é o que me acalma, é quando penduro e olho minhas certezas...
Indagar a vida. A vida é algo tão simples! Tão simples que até eu, uma morta perdida, entendo. Quisera eu quando viva ter as dúvidas de uma morta, ao menos teria as certezas da vida...
sexta-feira, 20 de março de 2009
A lógica de um blog póstumo
Eu andei pesquisando (não pergunte as fontes, não vou saber explicar) a lógica de um blog.
Os blogs dão muito mais importância para o que é dito por último. O que é dito na hora.
Oras, estou morta, não convivo com nenhum parâmetro de tempo. Os agoras são múltiplos e são muito importantes e sem importância ao mesmo tempo. Depende do meu humor.
Tenho todo tempo do não mundo para dizer o que quero, na ordem que quero, na ordem que lembro e consigo. Pensar que a primeira coisa que disse foi jogada no cantinho do esquecimento dói minha alma, porque foi uma vitória sem tamanho escrever minhas primeiras palavras.
Peço, imploro, que se alguém lê o que eu escrevo, leia outras coisas que já escrevi. Por favor, não siga ordem, faça uma escolha aleatória; assim como minha escolha de escrever é aleatória.
É o pedido de uma simples falecida que encontrou algum sentido em não viver .
Os blogs dão muito mais importância para o que é dito por último. O que é dito na hora.
Oras, estou morta, não convivo com nenhum parâmetro de tempo. Os agoras são múltiplos e são muito importantes e sem importância ao mesmo tempo. Depende do meu humor.
Tenho todo tempo do não mundo para dizer o que quero, na ordem que quero, na ordem que lembro e consigo. Pensar que a primeira coisa que disse foi jogada no cantinho do esquecimento dói minha alma, porque foi uma vitória sem tamanho escrever minhas primeiras palavras.
Peço, imploro, que se alguém lê o que eu escrevo, leia outras coisas que já escrevi. Por favor, não siga ordem, faça uma escolha aleatória; assim como minha escolha de escrever é aleatória.
É o pedido de uma simples falecida que encontrou algum sentido em não viver .
sexta-feira, 6 de março de 2009
Sucessão de perdas.
Sei que para uma morta eu pareço aficionada pela vida. Juro, andei perambulando por todos os cantos e não encontrei nada que seja melhor. Não digo melhor que a vida, mas melhor que escrever sobre ela. Aliás, melhor que escrever. E o que vem a minha cabeça para escrever nesse momento é a vida. Talvez seja porque é o ciclo que eu fechei, e mesmo que eu não leeeembre da MINHA vida, ressoa algo em mim da lógica de viver.
Essa lógica das perdas. Se perde a placenta para os médicos, os dentes para a fada, a ignorância para as letras, a paz para a adolescência, a virgindade para a paixão, a inocência para o mundo, a mãe e o pai para a morte, os filhos para a vida, os cabelos para o chão, a razão para a realidade, a saúde para a idade...
E por fim se perde ela, a própria vida. Ela que colocou você a prova de quantas coisas se estava disposto a perder.
Essa lógica das perdas. Se perde a placenta para os médicos, os dentes para a fada, a ignorância para as letras, a paz para a adolescência, a virgindade para a paixão, a inocência para o mundo, a mãe e o pai para a morte, os filhos para a vida, os cabelos para o chão, a razão para a realidade, a saúde para a idade...
E por fim se perde ela, a própria vida. Ela que colocou você a prova de quantas coisas se estava disposto a perder.
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