domingo, 28 de dezembro de 2008

Meu formato

Eu estava passeando por aqui (passear foi a palavra mais terrena e próxima que eu encontrei pra descrever a ação que eu estava fazendo) e me deparei com um menininho.

Muito bonitinho.
Bochechões, pézinhos gordinhos, mãozinhas redondas.
Fiquei comovida. Como se fosse viva! O que uma criança tão linda e de aparência saudável estava fazendo do lado de cá?
Vou reproduzir nosso papo:

-Você tá morto,?
- Sim, obviamente.
- E sabe como foi?
-Claro.
(Tem isso aqui. A galera morta não saca pergunta retórica, contexto. Se você pergunta "Você sabe quem coordena esse setor?" eles não respondem com o nome do coordenador. Eles dizem "sim")
-Como?
- Sabe como é . Tava velho, cheio de zinquizira. Aí empacotei.
-Velho? Pensei que você tivesse uns 4 anos!
- Não!!! É que é assim que eu me idealizo! Gostava muito dessa época da minha vida, que eu corria no quintal, comia a comida da minha avó quase todos os dias...
-Unh... E como você me vê?
- Você deve estar confusa ainda, não vejo nada.


Desde então eu tento me idealizar como Claudia Schiffer. Mas acho que não consigo.
 
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