São bem marasmentas.
Não sei se sou eu que não estou adaptada, não entendi o mecanismo.
Às vezes estou em uns lugares cheio de gente.
Às vezes num lugares cheios de coisas.
Às vezes, nem parece ser um lugar.
Faz frio quando está muito claro. Calor nos dias escuros. E o contrário também. Não tem uma lógica. Simplesmente, acontecem.
Ainda não conheci ninguém que faça tanta questão de conversar como eu. Alguns não acham ruim me responder, outros ficam muito felizes. Mas, puxar assunto: ninguém.
Das poucas coisas que eu lembro é que eu achava que morta ia poder moldar as nuvens. Apertar. Deitar e rolar nelas. Como fazem com a neve. Não. Eu não vi nada que pareça uma nuvem.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
sábado, 17 de janeiro de 2009
Como eu morri
Acabei de descobrir: foi um ataque do coração.
Essa descoberta só me traz mais dúvidas.
Gente de qualquer idade morre de ataque de coração.
Talvez eu fosse gorda, mas tem muito magro que tem um pirepaque e cai duro.
Pode ter sido por causa de uma grande emoção também. Mas qual?
Foi um choque de felicidade ou de tristeza?
Nem sei qual eu prefiro, sabia?
Ter o último momento de vida como o mais esplendoroso de felicidade pode ser poético. Eu me senti o mais feliz que um corpo humano era capaz de suportar e morri. Bonito isso, né?
Mas pensando melhor, e quem me fez me sentir tão feliz? Vai se sentir péssimo, né?
"Eu só queria o bem dela!" vai lamentar.
"Só queria compartilhar minha alegria" iria dizer.
Não...Melhor não.
Morrer de tristeza pode ser melhor. Parei de sofrer. Algo me fazia tão mal e num segundo, pleft, não precisei mais lidar com aquilo!
uuunh...É meio covarde, não? Ir saindo de fininho, morrendo, deixar tudo na mão dos outros.
Ou pior, deixar a vitória na mão do desgraçado que me fez morrer!
Pensando melhor...Vou começar a torcer pra ter sido uma gorda sedentária
Essa descoberta só me traz mais dúvidas.
Gente de qualquer idade morre de ataque de coração.
Talvez eu fosse gorda, mas tem muito magro que tem um pirepaque e cai duro.
Pode ter sido por causa de uma grande emoção também. Mas qual?
Foi um choque de felicidade ou de tristeza?
Nem sei qual eu prefiro, sabia?
Ter o último momento de vida como o mais esplendoroso de felicidade pode ser poético. Eu me senti o mais feliz que um corpo humano era capaz de suportar e morri. Bonito isso, né?
Mas pensando melhor, e quem me fez me sentir tão feliz? Vai se sentir péssimo, né?
"Eu só queria o bem dela!" vai lamentar.
"Só queria compartilhar minha alegria" iria dizer.
Não...Melhor não.
Morrer de tristeza pode ser melhor. Parei de sofrer. Algo me fazia tão mal e num segundo, pleft, não precisei mais lidar com aquilo!
uuunh...É meio covarde, não? Ir saindo de fininho, morrendo, deixar tudo na mão dos outros.
Ou pior, deixar a vitória na mão do desgraçado que me fez morrer!
Pensando melhor...Vou começar a torcer pra ter sido uma gorda sedentária
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Fiquei frustrada com isso.
Sinto que sempre admirei textos bem escritos.Não lembro, mas eu sinto. Sinto que nada pode ser melhor que um texto bem pontuado, com vírgulas belamente bem distribuídas...
Aí, justamente eu, esqueço o que é pontuação!
Espero não ter escrito muita coisa. Ou se escrevi, que não tenham sido grandiosas. Ou grandes.
Sinto que sempre admirei textos bem escritos.Não lembro, mas eu sinto. Sinto que nada pode ser melhor que um texto bem pontuado, com vírgulas belamente bem distribuídas...
Aí, justamente eu, esqueço o que é pontuação!
Espero não ter escrito muita coisa. Ou se escrevi, que não tenham sido grandiosas. Ou grandes.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
está acontecendo algo inédito tem pessoas vindo aqui puxar papo comigo me contam várias coisas que nunca ouvi antes e o estranho é que me perguntam várias coisas que obviamente eu não tenho a resposta será que eles me conheciam antes de eu chegar aqui essa gente falando comigo so me faz ter dúvidas e dúvida é uma coisa nova pra mim antes eu so sentia curiosidade
domingo, 4 de janeiro de 2009
Minha primeira memória
Eu estou tão animada por ter uma memória. Que eu poderia escrever um livro inteiro sobre ela. Cada capítulo seria uma nuance da história. Um foco. Um narrador vendo aquilo que vivi.
Lembrei de um dia estar na cozinha. Fazendo um prato que não sei o nome, mas era só pra mim. A quantidade era mínima.
Era tão habilidosa. Usava três tipos de faca diferentes. Três tipos. Não me machuquei com nenhuma delas.
E depois do prato estar pronto, eu não comi. O que é muito estranho para uma pessoa que fazia o seu próprio prato. Coloquei no forno e fui tomar banho.
Eu lembro da sensação de cada gota caindo. Eu lembro tão bem, que é como se eu estivesse tomando aquele banho agora. O primeiro jato era quente de embassar o banheiro todo, mas depois ficava uma água forte quase gelada, que arrancava todo suor que aquela cozinha deixou no meu corpo.
Demorou pouco tempo, acho. Não senti meus cabelos serem molhados.
Passei pelo espelho embassado. Fui incapaz de desembaçar pra ver meu rosto. Se eu soubesse que essa seria a minha primeira recordação depois de morta, passaria a palma molhada só pra não ter essa agonia de não lembrar do meu corpo.
Não lembro se comi, o que vesti e se tinha mais alguém na casa. Mas eu lembro. E sei que não é só minha imaginação. Não sei se a tinha, mas desse lado, ela é totalmente podada.
Lembrei de um dia estar na cozinha. Fazendo um prato que não sei o nome, mas era só pra mim. A quantidade era mínima.
Era tão habilidosa. Usava três tipos de faca diferentes. Três tipos. Não me machuquei com nenhuma delas.
E depois do prato estar pronto, eu não comi. O que é muito estranho para uma pessoa que fazia o seu próprio prato. Coloquei no forno e fui tomar banho.
Eu lembro da sensação de cada gota caindo. Eu lembro tão bem, que é como se eu estivesse tomando aquele banho agora. O primeiro jato era quente de embassar o banheiro todo, mas depois ficava uma água forte quase gelada, que arrancava todo suor que aquela cozinha deixou no meu corpo.
Demorou pouco tempo, acho. Não senti meus cabelos serem molhados.
Passei pelo espelho embassado. Fui incapaz de desembaçar pra ver meu rosto. Se eu soubesse que essa seria a minha primeira recordação depois de morta, passaria a palma molhada só pra não ter essa agonia de não lembrar do meu corpo.
Não lembro se comi, o que vesti e se tinha mais alguém na casa. Mas eu lembro. E sei que não é só minha imaginação. Não sei se a tinha, mas desse lado, ela é totalmente podada.
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